Jesus Cristo nos
dizia há mais de 2000 anos: “Em verdade
vos digo: se tiverdes fé do tamanho de um grão de mostarda, direis a esta
montanha: ‘Vai daqui para lá’, e ela irá. Nada vos será impossível.”
Muitos
pensam que essas são montanhas rochosas, por pura ignorância. Jesus não queria ensinar poderes
mágicos a ninguém, ele queria penetrar o mais profundo do nosso ser,
preenchendo-o com amor e fé.
A
fé move montanhas. Mas que montanhas são essas? As montanhas do medo, dos
receios, da prepotência, da angústia, da raiva, do desamor, do orgulho, da
ansiedade etc. etc. Você está disposto a mover essas montanhas e plantá-las
debaixo do mar, onde jamais voltarão a superfície da sua consciência maior?
Para refletirmos juntos sobre isso, compartilho um belíssimo texto do místico
oriental Osho.
Leia-o com bastante atenção e descubra que todos os seus problemas são criação
da sua mente, que insiste em dominar toda a sua vida.
Portanto,
mude da mente para o coração. Deixe que ele comande sua vida! Com ele no
comando, tudo vai dar certo. Acredite!
Osho, porque transformo montinhos de terra em montanhas?
Osho – Porque o ego não
se sente bem, confortável, com montinhos de terra – ele quer montanhas. Mesmo
que esteja infeliz, o ego não quer ser vulgarmente infeliz – quer ser
extraordinariamente infeliz! (…)
As pessoas estão sempre criando grandes
problemas do nada; conversei com milhares de pessoas sobre seus problemas e
ainda não me deparei com um problema real! Todos os problemas são fictícios –
as pessoas os criam. Porque sem problemas elas se sentem vazias: então não há
nada a fazer, nada a combater, lugar para ir. As pessoas vão de um guru a
outro, de um mestre a outro, de um psicanalista a outro, de um grupo de ajuda a
outro, porque se forem, sentem-se vazias, acham que a vida se tornou sem
significado. Elas criam problemas para que possam sentir que a vida é um grande
trabalho, um crescimento – e você tem de lutar muito.
Lembre-se de que o ego só pode existir
quando ele luta, quando briga. Se eu disser a uma pessoa: Mate três moscas e
você ficará iluminado! Ela vai acreditar em mim. Ela dirá: Três moscas? Isso
não me parece muito. Isso me fará iluminado? Não me parece o bastante para
isso.”
Mas se eu lhe disser: Mate 700 leões! É
claro que lhe parecerá muito mais verossímil.
Quanto maior o problema, maior o desafio
– e, com o desafio, seu ego aparece, ganha altura. As pessoas criam os problemas.
Os problemas não existem.
E agora, se você me permitir, não há
sequer montinhos de terra. Isso também é um truque seu. Você diz: Sim, pode não
haver montanhas, mas montinhos de terra? Não, não há sequer montinhos de terra
– eles são criações suas. Primeiro você cria montinhos de terra do nada, depois
cria montanhas dos montinhos de terra. E os sacerdotes, os psicanalistas, os
gurus, ficam felizes, pois todo o comércio deles só existe por causa de você.
Se você cria montinhos de terra do nada e não transformar seus montinhos em
montanhas, qual será o interesse dos gurus em ajudá-lo? Primeiro você tem de
estar em uma condição de ser ajudado.
Os verdadeiros mestres dizem outra
coisa. Eles dizem: Por favor, olhe o que você está fazendo, a bagagem que está
fazendo. Primeiro você cria um problema, depois sai em busca de uma solução.
Observe por que está criando o problema: exatamente no início, quando está
criando o problema, está a solução – não o crie. Mas isso não vai atraí-lo,
porque então você de repente ficará entediado consigo mesmo. Nada a fazer?
Nenhuma iluminação? Nenhum satori? Nenhum samadhi? E você fica profundamente
inquieto, vazio, tentando se preencher com qualquer coisa.
Você não tem nenhum problema – é só isso
que tem de ser entendido.
Neste exato momento você pode se livrar
de todos os problemas, porque eles são criações suas. Olhe de maneira diferente
para os seus problemas: quanto mais profundo for o seu olhar, menores eles vão
lhe parecer. Continue olhando para eles e, pouco a pouco, eles começarão a
desaparecer; Continue olhando, e de repente verá que há um vazio – um belo
vazio cercando você. Nada a fazer, nada a ser, porque você já é.
A iluminação não é algo a ser atingido,
é apenas para ser vivido. Quando que digo que atingi a iluminação, simplesmente
quero dizer que decidi vivê-la. Já basta! E desde então a tenho vivido. É uma
decisão de que agora você não está mais interessado em criar problemas – isso é
tudo. É uma decisão de que agora você pôs fim a toda essa bobagem de criar problemas
e encontrar soluções.
Toda essa bobagem é um jogo que você
está jogando consigo mesmo. Você mesmo está se escondendo e você mesmo está se
procurando, você está dos dois lados. E você sabe disso! Por isso, quando eu
digo isso, você sorri, você ri! Não estou falando sobre nada ridículo – você
está entendendo. Você está sorrindo de si mesmo! Observe-se rindo, observe seu
próprio sorriso – você está entendendo. Têm de ser assim, porque este é seu
próprio jogo: você está se escondendo e esperando que você mesmo seja capaz de
procurar por você e se encontrar.
Você pode se encontrar neste exato
momento, porque é você que está se escondendo. Por isso os mestres Zen
continuam dando suas pancadas. Quando alguém chega até eles e diz: Eu gostaria
de ser um buda; os mestres ficam muito zangados. Porque ele está pedindo uma
bobagem, ele é um buda. Se um buda vem até mim e me pergunta o que fazer para
ser um buda, o que eu devo fazer? Eu bateria na cabeça dele. A quem você acha
que está fazendo de tolo? Você já é um buda!
Não crie dificuldades desnecessárias
para si mesmo. E o entendimento chegará a você se você observar como torna um
problema cada vez maior, como o protela, e como ajuda a roda a girar cada vez
mais rápido. Então, de repente, você está no alto de sua infelicidade e fica
necessitando de toda a consternação do mundo. (…)
O ego necessita de alguns problemas. Se
você entender isso, no próprio entendimento, as montanhas voltam a se tornar
montinhos de terra, e então, os montinhos de terra também desaparecem. De
repente há o vazio, o puro vazio a toda a sua volta. Isto é iluminação – um
entendimento profundo de que o problema não existe.
Então, sem problemas para resolver, o
que você vai fazer? Imediatamente começa a viver. Você vai comer, vai dormir,
vai amar, vai jogar conversa fora, vai cantar, vai dançar – o que mais há para
fazer? Você se tornou um Deus, começou a viver.
Se existe um Deus, uma coisa é certa:
ele não tem nenhum problema. Isso é absolutamente certo. Então, o que ele fará
com todo o seu tempo? Não há problemas, não há psiquiatra para consultar, não
há guru para procurar e ao qual se entregar… O que Deus fará? Ele deve estar
enlouquecendo, com a mente em um torvelinho. Não, ele está vivendo; sua vida
está totalmente repleta de vida. Ele está comendo, dormindo, dançando, amando –
mas sem nenhum problema. (…)
Se as pessoas conseguirem dançar um
pouco mais, cantar um pouco mais, serem um pouco mais soltas, sua energia vai
fluir mais e seus problemas irão pouco a pouco desaparecendo. (…) Quando você
dança, chega um ponto em que seu corpo não é mais uma coisa rígida, ele se
torna flexível, fluido. Quando você dança chega um momento em que seus limites
já não são tão claros, você derrete e se funde com o cosmos.(…)
A preocupação, o problema, a ansiedade,
todos simplesmente mostram uma coisa: que você não está vivendo da maneira
certa, que sua vida não é ainda uma celebração, uma dança, uma festividade. Por
isso existem todos os problemas.
Se você viver, o ego desaparece. A vida
não conhece ego, ela só conhece o viver, o viver, o viver. A vida não conhece o
eu, não conhece o centro; a vida não conhece separação. Você inspira, a vida
entra em você; você expira, você entra na vida; Não há separação; você come e
as árvores entram dentro de você através dos seus frutos. Então, um dia você
morre, é enterrado na terra e as árvores o sugam para cima e você se torna
frutos.(…)
A vida é uma só, ela está em constante
movimento. Ela entra em você, ela passa por você; Na verdade, dizer que ela
entra em você não é certo, porque fica parecendo que a vida entra em você e
depois sai de você. Você não existe – o que existe é esta vida indo e vindo.
Você não existe, apenas a vida existe, em suas extraordinárias formas, em sua
energia, em seus milhões de encantos; Uma vez que você compreenda isso, deixe
que esse entendimento seja sua única lei. E a partir deste momento, comece a
viver como os budas.”
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