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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

The Best of Depeche Mode Volume 1 | Um dos meus discos favoritos


Meu primeiro contato com o Depeche Mode foi ainda na pré-adolescente, década de 90, quando zapiava os canais da TV a procura de um bom filme em plena madrugada. Por coincidência parei na MTV. De cara fiquei hipnotizado por aquele clipe.

Enjoy the Silence” foi filmado em diversos países europeus como Portugal, Espanha e Suíça. Trazia uma alternância de imagens da banda, com cenas que mostravam o vocalista David Gahan disfarçado de rei, com uma cadeira desdobrável debaixo do braço, passeando por diversas paisagens, em busca do silêncio, até encontrar a paz num cenário montanhoso, coberto de neve. Daí foi só um passo para eu me tornar um grande fã da banda.


O disco “The Best of Depeche Mode Volume 1” foi o primeiro do grupo que comprei. Lançado em 2006, consiste em uma seleção de hits do Depeche Mode para seu vigésimo quinto aniversário de carreira, contendo uma música nova chamada "Martyr", gravada durante as seções de Playing the Angel, e lançada como single dessa coletânea.

O álbum já vendeu mais de 1 milhão de cópias só na Europa e foi premiado com a Platinum Europe Award da IFPI.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A compostura


Hoje talvez não tivéssemos paciência, mas há 20 anos queríamos porque queríamos ir a um restaurante estrelado de Paris, Nova York, ou até mesmo nos restaurantes de nossas cidades de certo prestígio. Ligações para reserva de mesa um mês antes, a resposta provavelmente seria: “Estamos lotados!”.

A Solução? Acrescentar um nobiliárquico (título de nobreza) von antes de seu sobrenome (verdadeiro) alemão ou fingir ser de alguma família de prestígio ou até mesmo parente de alguma estrela da TV, cinema ou de políticos. Voilà: na mesma hora aparecia um lugar na lista sempre lotada do estabelecimento.

Resolvi escrever sobre a ‘postura de ontem e de hoje’, depois de conversar com meus amigos Gilberto Costa e Cleiton Andrade, sobre o comportamento adequado para a sobrevivência na nova sociedade que se formou no Brasil. E afirmo aqui que aprendi muito lendo sobre o assunto.
Ter von, van, da ou de no sobrenome. Marca a procedência. É o que distinguia as pessoas na Idade Média. O conceito é tão arraigado aos costumes europeus que o ex-presidente Lula é chamado de Da Silva nos jornais portugueses ainda hoje.

Ter retrato de família pintado por um grande artista. Com o retratado posando com cara séria, porque sorriso é coisa de plebeu. Antigamente, o pintor era Velázquez, até recentemente, foi Lucian Freud. Para os brasileiros menos afortunados, uma imagem tirada por um fotógrafo de prestígio e renome já basta.

A nobreza inventou a etiqueta (pequena ética), já a burguesia criou a fineza.

A nobreza aperfeiçoou o direito à excentricidade. Se a pessoa nasceu nobre, pode quebrar tabus. É considerada excêntrica. Se nasceu plebeia, é chamada de louca varrida. Notar as falhas alheias é deselegante. Se um convidado beber a lavanda ou quebrar um copo, o anfitrião deve fingir que não reparou. Espero que meus amigos não se irritem comigo quando isso acontecer em um de nossos encontros.

Em hipótese, um nobre deve sempre evitar deixar um convidado constrangido. Agora entendo por que minha avó, tão lady like, nunca disse “Saúde!” quando eu espirrava.... E olha que ela era de origem simples, vinda lá do interior do Rio Grande do Norte, São Tomé.

Para os nobres, a maior representante de sua classe é a família Thurn und Taxis, cujos ancestrais remontam a 1200. A Casa de Windsor, da rainha Elizabeth II, é um baby em comparação. Já no Brasil, não saberia dizer, fora a família imperial, quem foram esses nobres.

Para a burguesia, a representante máxima da nobreza é a rainha Elizabeth II. Ela é a operária da realeza, a síntese perfeita do que é a compostura. Seu vestido, ao contrário do da mulher de seu neto, não levanta voo. Dizem que chumbinhos são costurados às bainhas de suas roupas. Durante um ano normal, a rainha recebe 50 mil pessoas, nunca demonstrando cansaço, enfado, indignação, júbilo ou pesar. Deixar que os outros percebam seu estado de espírito é o máximo da falta de educação. Afinal, sua vida íntima deve ser íntima.

Reclamar de falta de saúde ou de alguma indisposição é o cúmulo da deselegância. É o fim da picada contaminar a conversa com problemas (pessoais ou públicos). Demonstração pública de tristeza é coisa de plebeu.

Quando você se irritar com o barulho no restaurante ou dos vizinhos, não se recrimine, pensando que virou um rabugento: você está sendo nobre. Os níveis de decibéis, no mundo inteiro, distinguem as rendas e origens de qualquer um.

Existe um termo chique para compostura: sprezzatura, difundida por Castiglione no livro “O Cortesão”, de 1528. É a arte de se controlar. Não suar, não gargalhar, não deixar lágrimas rolarem e não espirrar na frente dos outros. Mentir para não constranger. Ter aplomb, savoir faire.

Não estar presente nas mazelas da vida. Conversação que fuja de assuntos de saúde. Ou dizer que está com fome... É elegante nunca ter fome. É elegante não se queixar.

O máximo da nobreza? Não invadir o espaço alheio. Hoje, vemos muito a etiqueta sem ética. As pessoas perdem a noção das coisas ao agir sem pensar em determinados momentos.

Falando em delicadeza, lembrei agora que no final de 2013 fui convidado a me retirar do apartamento de um de meus melhores amigos, da época. Já em 2014, foi a vez de ser convidado a me retirar de uma festa por um convidado, por não ter sido convidado, segundo ele. Imagina se eu iria a uma festa sem ter sido convidado?!

Dizer algo simpático (agradável) sempre que possível. Afinal, sprezzatura não é falsidade, é delicadeza.