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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Historiador revela mais provas de que Brasil foi descoberto no RN

Duas mil milhas separam a cidade de Touros, no Rio Grande do Norte, a Porto Seguro, na Bahia. Mas poucos sabem que ambas possuem um ponto em comum: o descobrimento do Brasil. Pois é. A polêmica em torno do lugar exato onde Pedro Álvares Cabral desembarcou pela primeira vez no país voltará à tona nos próximos meses.

O professor universitário Lenine Pinto, historiador e responsável por uma ampla pesquisa em torno do assunto, está finalizando mais um livro, desta vez intitulado “O Bando do Mar”. Na obra, dará continuidade ao seu primeiro livro, que tornou famosa a polêmica tese de que o Brasil foi descoberto no Rio Grande do Norte.

No ano de 1998 Lenine Pinto publicou a primeira edição do livro, que tinha por título “A Reinvenção do Descobrimento”. Naquela época a publicação foi destaque nacional pela abordagem da temática do descobrimento, e rendeu ao professor a participação em diversas palestras e programas de televisão.

Em entrevista recente, o docente afirmou estar animado com o novo trabalho, que ele já vem desenvolvendo desde 2007 e pretende lançar no próximo mês de novembro, durante um encontro de escritores em Natal.

Neste novo trabalho pretendo apresentar aos leitores mais detalhes desse importante período de nossa história, detalhes estes que não estavam na primeira edição”, relatou.

Entre os pontos que o professor destaca como fundamentais para a tese da descoberta aqui no Rio Grande do Norte está o fato de Pedro Álvares Cabral, no dia em que implantou o Marco de Posse na praia de Touros, ter convocado todos os capitães para uma reunião em seu navio.

No encontro ele perguntou aos capitães se não seria conveniente enviar um navio de volta a Lisboa para contar ao rei Dom Manoel que eles tinham achado a terra. Ao saber da notícia, o rei de pronto já se dispôs a mandar, no ano seguinte.

Outro ponto que ele ressalta é que Pero Vaz de Caminha, ao descrever a descoberta da terra, disse que a primeira coisa que viu foi um monte alto e redondo, que seria o Pico do Cabugi, segundo a tese de Lenine Pinto. O Monte Pascal, na Bahia, é uma torre, é cortado e não tem pico. “Isso aí é um atestado claro do descobrimento aqui”, ressalta.

O professor também detalhou que o pau brasil nascia aqui no Rio Grande do Norte e se estendia até Cabo Frio, com uma interrupção na Bahia. “Em Porto Seguro não tinha Pau Brasil, muito menos açúcar, essenciais para a economia da época”, completou.

Reivindicação histórica

Questionado sobre a passividade de políticos do RN em reivindicar uma possível correção histórica sobre a descoberta do Brasil, o professor foi bem direto em sua resposta. “Os políticos do Rio Grande do Norte, em outro caso, entregaram a Pernambuco a Ilha de Fernando de Noronha; eles não têm interesse em ajudar a história, não ligam para o nosso registro”, desabafa.

Como benefício ao Estado por essa possível correção histórica, o educador prevê que a mudança poderia ajudar muito a atividade turística potiguar, gerando mais atratividade para o RN.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Oscar: todos os representantes brasileiros

Aclamado pela crítica, elogiado pelo público, premiado nos festivais de Sundance e Berlim. Que Horas Ela Volta? era a escolha mais óbvia do Brasil para disputar um espaço na categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar 2016. E foi exatamente o que aconteceu. O Ministério da Cultura anunciou que o longa de Anna Muylaert deixou pra trás outros sete títulos, entre eles A História da Eternidade, de Camilo Cavalcante, e Casa Grande, de Fellipe Barbosa, e vai tentar uma das cinco vagas para quem fala uma língua diferente do inglês na festa da Academia.

Mas a boa notícia chama atenção para uma triste estatística: dos 43 longas brasileiros que foram selecionados para concorrer ao Oscar desde 1959, o filme estrelado por Regina Casé é apenas o segundo dirigido por uma mulher. Até hoje, A Hora da Estrela, de Suzana Amaral, era filho único nesta relação. Isso sem contar com Cidade de Deus, em que Kátia Lund assina a codireção. Um dado impressionante para um país com tantas mulheres cineastas de renome, como Ana Carolina, Lucia Murat, Tata Amaral, Laís Bodanzky, Sandra Werneck, Lina Chamie, Eliane Caffé, para citar só algumas.

A decisão do MinC cristaliza um momento de discussão sobre o machismo no cinema brasileiro. A própria Anna Muylaert vem levantando essa lebre em entrevista que dá dentro e fora do Brasil, denunciando o tratamento diferenciado que recebeu por ter invadido um “Clube do Bolinha”. A polêmica ganhou um capítulo importante e crucial quando a diretora foi impedida de falar num debate pós-exibição de seu filme no Recife. Os amigos dela, os também cineastas Cláudio Assis e Lírio Ferreira, que estariam embriagados, tumultuaram a sessão. E Anna, magnânima, resumiu: “a mulher tem dificuldade de subir no palco e o homem, de descer dele”.

Que Horas Ela Volta? tem a missão de mudar a história do Brasil no Oscar. O filme de Anna Muylaert vem sendo muito cotado nas bolsas de apostas de sites e blogues especializados e arrecadado elogios de críticos e jornalistas. E quem ache que Regina Casé tem chances bem tímidas de terminar entre as finalistas ao prêmio de melhor atriz. Depende de muita coisa, mas não é impossível. O filme já estreou nos Estados Unidos, o que o qualifica para as outras categorias do Oscar, e fez uma bilheteria até razoável.

O Pagador de Promessas, O Quatrilho, O Que é Isso, Companheiro? e Central do Brasil foram os únicos longas nacionais que conseguiram emplacar na lista do Oscar. Um aproveitamento de menos de 10% entre os filmes que o país já selecionou. Carlos Diegues é um campeão de seleções e não-indicações. Seis de seus filmes foram escolhidos pelo Brasil; nenhum conseguiu ser finalista.

Entre os selecionados nacionais, algumas surpresas, como Walter Hugo Khouri e Sérgio Ricardo. Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Luis Sergio Person também já representaram o cinema brasileiro na disputa.

Veja a lista completa dos filmes que defenderam o Brasil:

1959 A Morte Comanda o Cangaço - Carlos Coimbra & Walter Guimarães Motta
1961 O Pagador de Promessas - Anselmo Duarte
1963 Deus e o Diabo na Terra do Sol - Glauber Rocha
1964 São Paulo, Sociedade Anônima - Luís Sérgio Person
1966 O Caso dos Irmãos Naves - Luís Sérgio Person
1967 As Amorosas - Walter Hugo Khouri
1969 O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro - Glauber Rocha
1970 Pecado Mortal - Miguel Faria Jr.
1971 Pra Quem Fica, Tchau - Reginaldo Farias
1972 Como Era Gostoso o Meu Francês - Nelson Pereira dos Santos
1973 A Faca e o Rio - George Sluizer
1974 A Noite do Espantalho - Sérgio Ricardo
1975 O Amuleto de Ogum - Nelson Pereira dos Santos
1976 Xica da Silva - Carlos Diegues
1977 Tenda dos Milagres - Nelson Pereira dos Santos
1978 A Lira do Delírio - Walter Lima Jr.
1980 Bye Bye Brasil - Carlos Diegues
1984 Memórias do Cárcere - Nelson Pereira dos Santos
1986 A Hora da Estrela - Suzana Amaral
1987 Um Trem para as Estrelas - Carlos Diegues
1988 Romance de Empregada - Bruno Barreto
1989 Dias Melhores Virão - Carlos Diegues
1995 O Quatrilho - Fábio Barreto
1996 Tieta do Agreste - Carlos Diegues
1997 O Que é Isso, Companheiro? - Bruno Barreto
1998 Central do Brasil - Walter Salles
1999 Orfeu - Carlos Diegues
2000 Eu, Tu, Eles - Andrucha Waddington
2001 Abril Despedaçado - Walter Salles
2002 Cidade de Deus - Fernando Meirelles
2003 Carandiru - Hector Babenco
2004 Olga - Jayme Monjardim
2005 2 Filhos de Francisco - Breno Silveira
2006 Cinema, Aspirinas e Urubus - Marcelo Gomes
2007 O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias - Cao Hamburger
2008 Última Parada 174 - Bruno Barreto
2009 Salve Geral - Sérgio Rezende
2010 Lula, o Filho do Brasil - Fábio Barreto
2011 Tropa de Elite 2 - José Padilha
2012 O Palhaço - Selton Mello
2013 O Som ao Redor - Kleber Mendonça Filho
2014 Hoje Eu Quero Voltar Sozinho - Daniel Ribeiro
2015 Que Horas Ela Volta? - Anna Muylaert